Arte é poder. É emoção. Mas, acima de tudo, é um patrimônio que precisa de proteção para perpetuar sua força e impacto. O filme brasileiro "Ainda Estou Aqui" não é apenas uma obra-prima cinematográfica. Ele é um exemplo atualíssimo de como a propriedade intelectual é a ponte entre a criação e a eternidade.
Lançado em 7 de novembro de 2024, o longa arrebatou o público ao redor do mundo, recebeu diversos prêmios e colecionou três indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. Um marco na história do cinema brasileiro.
Mas a grande jogada por trás dos holofotes está fora das telas: o título "Ainda Estou Aqui" e sua versão internacional (“I’m Still Here”) tiveram os registros solicitados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na classe 41, como marca pela Vídeo Filmes Produções Artísticas, empresa de Walter Salles, o que amplia sua proteção no mercado.
Curiosamente, aqui vem o plot twist. O filme é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, lançado em 2015. Apesar de sua força como título, o nome da obra nunca foi registrado como marca no INPI. Esse vácuo só foi preenchido recentemente por Salles, que enxergou o potencial comercial do título e agiu.
A situação é um alerta vermelho para autores. Enquanto direitos autorais protegem o conteúdo da obra, o título pode – e deve – ser registrado como marca. Títulos são mais que palavras. São portais de expansão. Um livro pode virar filme, peça de teatro, produtos licenciados e por aí vai. Sem registro, o autor deixa essas oportunidades vulneráveis.
Agora, você viu a Fernanda Torres? Totalmente blindada no INPI. A estrela do filme tem sua marca pessoal protegida em três classes: 41 (artes e entretenimento), 35 (negócios e publicidade) e 16 (publicações). E o mesmo vale para sua mãe, Fernanda Montenegro. Ambas tomaram a dianteira para garantir que seus nomes sejam intocáveis, sob a titularidade da empresa em que são sócias, a Bonarcado Produções Artísticas.
Por outro lado, o diretor Walter Salles ainda não registrou sua própria marca pessoal. Um movimento surpreendente, considerando que ele é, por si só, uma marca global. E ele não está sozinho. Intérprete de Rubens Paiva no longa, Selton Mello também não possui registro de sua marca pessoal no INPI. Só que esse cuidado estratégico é uma decisão inteligente que protege tanto sua identidade quanto possibilidades comerciais.
Logo, fica a dica: seja estratégico como a Fernanda Torres. Proteja sua marca pessoal. Ela é a base para explorar novas frentes de trabalho, desde cursos até campanhas publicitárias. Não negligencie suas obras, como Marcelo Rubens Paiva. Registre o título do seu projeto. Isso pode abrir portas comerciais e blindar seu legado criativo.
Seja visionário como Walter Salles. Mesmo que tardiamente, ele cuidou de proteger o título do filme que pode gerar desdobramentos infinitos, desde licenciamentos até sequências. Evite o risco de Selton Mello. Não ser dono da sua marca pessoal pode limitar o controle sobre sua carreira e abrir brechas para terceiros se apropriarem do seu nome.
Arte é negócio. Negócio é poder. E poder precisa de proteção. Se você é artista, escritor ou criador, está na hora de fazer sua obra ser valorizada e preservada para além do presente. Não basta criar algo magistral. É preciso proteger seu talento. Cuidar do que é seu. Cuidar da sua história.
E se você acha que registrar é complicado, procure auxílio de uma empresa especialista em propriedade intelectual. Afinal, sua arte merece o palco do mundo – e a segurança que só o registro pode dar. Ainda estou aqui. E você, vai deixar sua criação blindada ou vulnerável?